RAJEL A MATRIARCA
RAJEL a MATRIARCA
Apesar de Jacob ter tido mais três esposas – Léa, Bilah e Zilpá, foi Rajel aquela a quem mais amou. O sentimento que os unia, afirmam os Livros Sagrados, foi um dos mais intensos que já houve, tão profundo e perfeito que é usado para simbolizar o amor entre Deus e o Povo de Israel. Rajel e Jacob
Rajel, (lê-se Rachel) em hebraico significa rachil, ovelha ou cordeiro.
No Gênese,cap. 29, começa a história de Rajel, filha de Labão. Jacob sente que está chegando a hora de casar-se e formar família própria e assim, após consultar a Deus, decide partir para Haran, lugar aonde nascera sua mãe Rebeca, para desposar uma das filhas de Labão, seu tio por parte materna. Jacob viu Rajel chegando com as ovelhas do rebanho do seu pai para beber da água de um poço e reconheceu nela a compaixão e a beleza da harmonia que ele procurava e que o ajudaria a seguir a sua missão de trazer harmonia entre forças espirituais opostas. Jacob lhe disse que era filho da irmã do seu pai e ela correu avisar a Labão da chegada do forasteiro. Jacob ficou por um mês na casa de seu tio trabalhando, e passando este tempo, Labão não achou bom que ele continuasse a trabalhar sem receber pelo trabalho e assim, lhe perguntou como poderia lhe pagar.
Labão tinha duas filhas: Lia, a mais velha e Rajel, a menor de beleza marcante. Jacob amava Rajel e lhe disse: servirei sete anos pelo amor de Rajel. E trabalhou sete anos sendo que os mesmos lhe passaram muito rápido porque amava ele a Rajel. Passado este tempo pediu a mão da jovem. Labão reuniu a todos num banquete e ao final entregou Lia para que Jacob a possui-se. De manhã quando Jacob viu quem estava ao seu lado reclamou com Labão, mas este lhe disse que não era comum dar a filha mais nova antes da primogênita, mas que ele a possuísse ainda mais sete dias e então desposaria também Rajel, sua amada, e trabalharia mais sete anos por ela. E entregou a escrava Zilpa para que ficasse com Lia, e Bilah como escrava de Rajel.
Jacob vivia com as duas, porém amava Rajel e desprezava Lia. Então Lia concebeu seu primeiro filho, Ruben, enquanto Rajel permanecia estéril. E Lia achou que seu marido a amaria se concebesse mais e teve seu segundo filho Simeão, mas o sentimento de Jacob não mudava. E teve mais dois filhos Levi e Judá, mas não conseguiu o amor do seu marido. Ele amava Rajel não apenas por ser sua esposa,mas pela sua personalidade, suas ações. Rachel é o mundo de palavras e ações reveladas, seu temperamento era aberto e franco
Rajel deixando-se levar pelo sentimento terreno da inveja quis engravidar, mas era estéril. Pediu a Jacob que coabitasse com a sua serva Bilah e que ela parisse sobre os seus joelhos para que o filho fosse seu. Teve Bilah seu primeiro filho Dã e mais um, Naftali, e Rajel os tomou como seus e sentiu-se vingada da irmã. Mas Lia, levando-se também pela inveja e vendo que não tinha mais filhos pediu a Jacob que coabitasse com a sua serva Zilpa. E ela teve mais dois filhos: Gade e Aser. Já crescido, um dia, Ruben filho de Lia foi ao campo e trousse raízes de mandrágora para sua mãe. Rajel lhe pediu as mesmas e Lia negou, assim foi acusada de fazer que Jacob dormisse com ela por causa das mandrágoras. E Lia engravidou do seu quinto filho Isaacar. Lia concebeu mais uma vez e deu seu sexto filho, Zebulom. E depois teve uma filha, Diná. E então, Rajel foi agraciada também com o ventre fértil e concebeu e deu a Jacob seu filho que chamou de José.
Após o nascimento de José, que provara a fertilidade de Rajel, Jacob pediu a Labão que o deixasse voltar a sua terra com as suas mulheres e filhos. Mas Labão se negou tendo em vista que sua prosperidade tinha aumentado com tanta gente trabalhando para ele. Labão pediu que Jacob estabelecesse um salário, mas Jacob lhe disse: passarei pelo teu rebanho separando os animais malhados das cabras e os morenos dos cordeiros e eles serão o meu pagamento pelos serviços prestados e caminhou por três dias pondo esta distância entre seu rebanho e o de Labão. Jacob usou dos recursos da natureza e descascou galhos de aveleira, de álamo e de castanheira e fazendo neles riscas brancas as colocou próximas aos bebedouros e assim, ao irem beber os animais, seu cheiro fazia com eles procriassem. Jacob escolhia os animais fortes para ele e os animais fracos ficoaram com Labão.
Com o passar dos dias Labão e seus filhos ficaram desgostando de Jacob até que lhe disse que podia pegar suas mulheres, filhos e todo seu rebanho e voltar à casa do seu pai. Chamou assim suas esposas, Lia e Rajel e todos seus filhos. Rajel com medo de que fizerem idolatria contra eles furtou os ídolos da casa de seu pai.
Depois de três dias avisaram a Labão que Jacob tinha fugido e foi perseguido foi ele seus filhos e alcançado na montanha de Gileade aonde o mesmo se encontrava. Mas Deus tinha falado a Labão em sonhos para que não fosse agressivo com Jacob, então chegando lá le lhe perguntou por que tinha fugido desse modo sem lhe permitir se despedir das filhas e sem lhe oferecer a festa de despedida para que fosse com alegria. E agregou por que me roubaste meus Deuses? E os procurou por todos os lados, mas Rajel tinha-os escondido no camelo, e sentando-se sobre eles pediu que fosse perdoada por não se levantar para cumprimentá-lo posto que estava com o costume das mulheres (menstruação). E assim Labão nada achou. Jacob perguntou-lhe do que era acusado, já que nada tinha sido furtado da casa: vinte anos tinha trabalhado: sete por Lia, enganado, e mais sete por Rajel e seis pelo rebanho. Então fizeram as pazes e juntando um monte de pedras comeram sobre o mesmo.
O irmão de Jacob, Esaú, se aproximava com seus homens e Jacob teve medo de ser atacado por ele e dividiu sua família pondo as servas e seus filhos à frente, Lia e os seus atrás e por último Rajel e José. Inclinou-se por sete vezes sobre a terra pedindo benções e seu irmão Esaú chegou e ambos se abraçaram. Vendo que ambos estavam prósperos, Esaú voltou a seu lugar e Jacob dirigiu-se a Salém e chegou bem e montou aí suas cabanas e levantou um altar e chamou Deus de Deus de Israel.
Mas os acontecimentos fizeram que Jacob tivesse que fugir até um lugar que ele chamou de Betel aonde Deus lhe apareceu prometendo a Terra que antes tinha dado a Isaaque e dizendo-lhe que agora não seria mais Jacob, mas o seu nome seria Israel. E mandou-lhe multiplicar porque poria nações entre seu povo. E Rajel concebeu novamente e no caminho de Efrata (Belém) deu a luz e antes de morrer no parto chamou seu filho de Eboni (filho da minha dor), mas Jacob o chamou de Benjamin (filho da minha direita). E assim, Rajel morreu e foi sepultada no caminho de Efrata, que é Belém. Jacob colocou uma coluna de pedra sobre o local da sua sepultura e esta pedra está até hoje.
Rajel na Cabala
A Matriarca Rajel, esposa amada de Iacov, personifica para o povo judio o poder da alma e sua devoção consciente no despertar da misericórdia de Deus na redenção de seus filhos no exílio. Ela chora lagrimas sinceras pelos seus dois filhos: José e Benjamim. A Torá relata a morte de Rachel em Gênese 35-18.
Dissem os antigos sábios cabalistas que as portas das lágrimas nunca se fecham, assim nossa Matriarca Rajel personifica as duas lágrimas cósmicas que brotam dos seus olhos y despertam a misericórdia sobre o povo de Israel. Ela nos lembra da herança de receber a terra prometida. Ao reconhecer nossa humildade receberemos as benções Divinas e seremos ouvidos em nossas orações e atendidos rapidamente para que se cumpra nosso destino.
Como diz o Zohar: Aquele que é pequeno é verdadeiramente grande. Cada lágrima da nossa Amada Mãe Rajel, chamada de Mãe Menor, ou Mãe Terrena, nos faz conscientes de que somos pequenos espiritualmente e nos lava com elas purificando-nos. Uma delas nutre a nossa consciência interna a outra lava nossa alma.
Rakel é lembrada no segundo dia do Rosh Hashaná com as palavras do profeta Jeremias: ‘Assim diz o Eterno: Ouviu-se um clamor em Ramá, lamento e choro amargo; Rachel está chorando por seus filhos, e recusa ser confortada por eles porque eles se foram. Assim diz o Eterno: Faz tua voz cessar de chorar e teus olhos de verterem lágrimas, porque há recompensa para tua obra; teus filhos voltarão da terra do inimigo’. (Jeremias, 31:14)
Rajel faleceu no dia 11 de Cheshvan (Novembro) segundo consta no Seder Olam, aos 36 anos.
Jacob a sepultou no caminho de Efrat (belém) na porção de terra que caberia a Benjamim, seu filho. No lugar de maior santidade do santuário que ali se ergueu era guardada a Arca Sagrada, sobre o tampo da qual dois anjos se abraçavam representando o amor entre Deus e seu povo Israel. Somente ela que tanta compaixão e misericórdia sempre teve seria capaz de chorar pelo povo de Israel quando fosse expulso das suas terras.
Atualmente, somente após 1967, quando Israel reconquistou aquela região o povo teve oportunidade de voltar a sua tumba e orar por compaixão.
A LÃ VERMELHA DE PROTEÇÃO CONTRA O MAU OLHADO
Esta lã tem o poder de nos proteger das energias negativas que vem das pessoas que nos invejam.
Ela deve ser usada no pulso esquerdo e ser de cor vermelha para nos lembrar da energia de força que devemos ter.
A mão esquerda é a receptora das energias Superiores que nos põem em contato com a energia de Rajel em seu túmulo.
O Mau Olhado faz parte da história da sabedoria de toda a humanidade. A Bíblia narra seu poder e o temor que despertou em reis, rainhas e conquistadores ao longo dos tempos.
Assim surgiu o olho grego; Horus, e outros símbolos de proteção.
De acordo com os cabalistas, esta forma de energia negativa pode afetar nossas vidas e nosso bem estar. O mau olhado pode nos impedir de realizar nosso destino e também pode nos fazer perder o que já temos.