RESIGNAÇÃO NÃO É AMOR
Esperança resignada conduz à tristeza e perda de tempo e demonstra falta de amor próprio.
Há uma estória* que nos mostra isto com clareza e nos leva à reflexão.
Um homem chega à porta do céu e pede ao porteiro que o deixe entrar. Ele lhe diz que não pode deixá-lo entrar no momento. Embora a porta esteja aberta, o homem decide que é melhor esperar até ter permissão para entrar e se senta e espera por dias, meses, anos. Pede várias vezes que o deixem entrar, mas a resposta é sempre a mesma: no momento não dá. Durante todos esses anos o homem estuda o porteiro e chega a conhecer até seus mínimos detalhes. Finalmente ele fica velho e está próximo da morte. Pela primeira vez tem a ideia de perguntar: ‘Como é que, durante anos ninguém a não ser eu procurou entrar?’ O porteiro responde: ‘Ninguém a não ser você poderia ter permissão de cruzar esta porta, porquanto ela estava destinada a você. Agora é tarde demais vou fechá-la’ O velho estava muito idoso para compreender que tinha sido submisso e que se acomodou a ordens superiores sem sequer questioná-las.
Se ele tivesse tido mais do que uma esperança passiva de entrar no céu ele teria entrado. Bastava com quebrar a resistência às mudanças e enfrentado com coragem questionando tudo para tomar decisões em vez de ficar por anos esperando que algo ‘de cima’ muda-se. Para mudar as coisas que estão negativas não basta esperar, mas precisamos agir segundo o impulso do coração.
O tempo é o futuro andam juntos: não perca o primeiro por medo de ter um futuro melhor.
*Metáfora do livro ‘O Processo’, Kafka.