ERTY
VIVER A VIDA OU VIVER O TEMPO?
Hoje senti falta de poder olhar para o céu e ver estrelas. Estes dias tem chovido muito, mas mesmo que não tivesse não teria muitas estrelas para ver. A poluição encobre os lindos céus estrelados. Quanto tempo faz que você não levanta a cabeça e olha para o céu? Penso em tantas mensagens legais que recebo de tantos lugares distantes um de outro e imagino que em alguns destes lugares deve ser fácil observá-las. No corre corre da rotina nos esquecemos de coisas tão simples como esta. Andamos com a cabeça cheia, tão pesada, que só olhamos para baixo. Esquecemos que temos tempo para tudo: trabalhar, descansar, olhar para cima, ver o céu… Temos todo o tempo que existe. Apesar de que a vida quer nos ensinar de forma cruel que o tempo é curto. São atos violentos, acidentes, problemas, tudo para nos por frente a frente com a transitoriedade da vida, com o tempo, sempre ilusório. Viver a vida não é o mesmo que viver o tempo. A vida é uma sucessão de acontecimentos, o tempo pode ser uma sucessão de emoções e vivências. O tempo vivido nenhum relógio guarda, podemos vê-lo, tal vez, nas marcas do rosto, nas rugas, no olhar experiente que vê cada vez mais longe, mais profundo; nas mãos calejadas. Podemos imaginar o tempo quando nos desligamos na leitura de um livro ou ficamos sonhando acordados com um mundo melhor. Comecemos agora a sentir a vida, se tiver companhia compartilhe destes momentos junto; se for sozinho, faça você mesmo o caminho do reencontro com a vida. Olhe quem está ao seu lado, e mesmo que ele/ela não entendam, abrace, beije, expresse sua emoção e a gratidão por poder estar junto de alguém. Volte-se para a natureza, sinta a areia nos pés, mas sinta, não ande automaticamente; sinta a água da chuva, do mar, da nascente. E se puder, olhe as estrelas. Certamente tem uma lá no alto que o olha também. Será que é esta a estrela da qual saímos um dia para nos reencontrar aqui na Terra? Da amiga que os ama, Rakel Possi.